serrote 41

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Nova edição apresenta ensaio-manifesto “O que é ser uma escritora negra hoje, de acordo comigo”, de Djaimilia Pereira de Almeida. A revista traz ainda de textos de Paul Gilroy, Michel Gherman, Henry Louis Gates Jr. e Andrew Curran e muito mais.

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CARTA DO EDITOR

Além do bem e do mal há um poderoso elemento na disputa pelo destino do mundo: a estupidez. A “terceira força”, analisada aqui por Garret Keizer, perpassa os discursos de ódio e submissão com que se enfrentam, de diversas formas, os autores reunidos nesta edição. 

“A minha negritude é drama cerebral e não festa do quarteirão”, escreve Djaimilia Pereira de Almeida em “O que é ser uma escritora negra hoje, de acordo comigo”, ensaio-manifesto que dá protagonismo a questões políticas e existenciais do embate com o racismo. 

Recuando três séculos, Henry Louis Gates Jr. e Andrew S. Curran investigam as origens das teorias científicas da discriminação e, em “Could you be loved?”, Paul Gilroy articula biografia, crítica e história para celebrar o gênio de Bob Marley e sua “antipolítica”.

Na contramão de qualquer otimismo possível, Alain Badiou faz de “Considerações sobre a desorientação do mundo” uma análise impiedosa e controversa das estratégias contemporâneas de contestação. 

Restam poucas dúvidas de que a “era da estupidez” é um dos tantos nomes do mal, como dá testemunho Michel Gherman, que a partir de minuciosa pesquisa expõe a agenda ostensivamente nazista sob o folclore da grosseria bolsonarista.

“Se não podemos combater a estupidez ou suas causas”, escreve Keizer, “podemos ao menos tentar. (PAULO ROBERTO PIRES)

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IDENTIDADE
Djaimilia Pereira de Almeida / Carla Santana
O que é ser uma escritora negra hoje, de acordo comigo
Nunca antes na História uma mulher como sou podia aspirar a um destino semelhante ao que vivo. Queria alguém saber do que pensava, ou imaginava, do que via ou sentia uma preta?

ESTUPIDEZ
Garret Keizer / Fred Tomaselli
A terceira força
Nem o bem nem o mal: é a estupidez que avança sobre o mundo para dominá-lo, da política à vida íntima

EXTREMA DIREITA
Michel Gherman
Um crime quase perfeito
Bolsonarismo, gramática nazista e os judeus

ENSAIO
Jackson Arn / Sandra Jávera
Reticências demais
Contra o ensaio norte-americano contemporâneo

LITERATURA
Ieda Magri / Guilherme Teixeira
Os outros trabalhos do escritor
De Marx a Sally Rooney, de João Antônio a Roberto Bolaño, o conflito permanente entre pagar as contas e fazer literatura

FILOSOFIA
Jean-Luc Nancy / Paulo Whitaker
Um porvir sem passado nem futuro
Em vez de tentar decodificar as mensagens de origem e fim, deveríamos nos acostumar ao silêncio e à escuridão do que Clarice Lispector chama de “a inconsciência criadora do mundo”

ENSAIO VISUAL
Lucia Nogueira
Desenhos

RACISMO
Henry Louis Gates Jr. / Andrew S. Curran / Wallace Pato
Inventando a ciência da raça
O concurso promovido pela Academia Real de Ciências de Bordeaux em 1741 para investigar as origens da negritude mostra como os pensadores do Iluminismo justificaram a escravidão

MÚSICA
Paul Gilroy / Marlon Amaro
Could you be loved?
Bob Marley, antipolítica e sofrimento universal

LITERATURA
Adriano Schwartz
Borges e um infinito muito particular
14 × 14 × outras tantas vezes (com alguns acréscimos e algumas intrusões)

BRASIL
Beatriz Jaguaribe
Desmemória e cartografia
Uma crônica da Carta de Mato Grosso

POLÍTICA
Alain Badiou / Eduardo Haesbaert
Considerações sobre a desorientação do mundo
Este ensaio destina-se principalmente a todos aqueles que ficaram perplexos – ao menos desde a eclosão da pandemia – diante da evidente desordem do mundo contemporâneo, sua complexidade e seus múltiplos embaraços, suas pretensões vãs, suas promessas não cumpridas, seus graves problemas não denunciados e muitos outros detalhes obscuros

Capa: Guilherme Teixeira

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