Resultado do 3º Concurso de Ensaísmo serrote
Leia o ensaio ganhador e saiba mais sobre os 3 premiados
O ensaio “Próteses de proteção”, em que a autora Maria Lucas reflete sobre o lugar dos corpos trans na sociedade a partir de suas experiências durante a pandemia de covid-19, é o ganhador do 3º Concurso de Ensaísmo serrote. O segundo colocado é “Orfeu enfrenta o genocídio negro”, de Evandro Cruz Silva, e o terceiro, “Baltimore, ainda”, de Raphael Grazziano.
Os três textos serão publicados na serrote #35-36, edição dupla da revista de ensaios do IMS que chega às livrarias em novembro. Além disso, os autores recebem prêmios de R$ 10 mil (1º lugar), R$ 7 mil (2º lugar) e R$ 4 mil (3º lugar).
BAIXE O ENSAIO VENCEDOR: Você pode ler o texto de Maria Lucas nesta amostra da serrote #35-36 disponível para download gratuito.
Os ensaios foram escolhidos entre 1.600 inscritos – examinados sem a identificação dos autores – pelo júri formado por Carla Rodrigues, professora de filosofia, Djaimilia Pereira de Almeida, escritora, João Fernandes, diretor artístico do IMS, e pelos editores da serrote, Paulo Roberto Pires e Guilherme Freitas. O concurso era voltado a autores iniciantes, com no máximo uma obra publicada (confira o regulamento).
Diante da quantidade e da qualidade dos textos inscritos, o júri decidiu conceder menções honrosas a dois ensaios, de Maíra Vieira de Paula e Bernardo Brayner, que serão publicados na edição de março de 2021 da serrote.
O lançamento da serrote #35-36 acontece no dia 17 de novembro, às 18h, com uma conversa reunindo os três ganhadores do concurso. O evento é gratuito e será transmitido pelo canal do IMS no Youtube.
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1º LUGAR: “Próteses de proteção”, de Maria Lucas
Maria Lucas (1989) atravessa teorias de gênero, relato pessoal e memória afetiva para propor uma reflexão – ancorada no presente, mas não limitada a ele – sobre os corpos trans. Também conhecida como Ma.Ma. Horn, Maria Lucas é multiartista, pesquisadora no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio), mestra em artes da cena (ECO-UFRJ) e graduada em artes cênicas (PUC-RJ).
2º LUGAR: “Orfeu enfrenta o genocídio negro”, de Evandro Cruz Silva
Evandro Cruz Silva (1992) aproxima o filme Orfeu negro, de Marcel Camus, e o livro clássico de Abdias Nascimento, O genocídio do negro brasileiro, numa releitura original que aponta futuros possíveis de um Brasil para além do racismo que o estrutura. Doutorando em ciências sociais pela Unicamp, escritor e educador popular, Silva pesquisa relações entre segurança, violência e desigualdades no Brasil urbano.
3º LUGAR: “Baltimore, ainda”, de Raphael Grazziano
Raphael Grazziano (1988) investiga o modelo clássico de revitalização das cidades, desigual e excludente, que foi engendrado nos EUA dos anos 1970 e replicado nas décadas seguintes ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Formado em arquitetura e filosofia pela USP, na qual também realizou seu doutorado, Grazziano é pesquisador em teoria da arquitetura e do urbanismo contemporâneos.
MENÇÕES HONROSAS
“Ainda a lamentar”, de Maíra Vieira de Paula: uma exploração dos contrastes entre uma obra da artista plástica Rosana Paulino e o Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret.
“Perec e eu”, de Bernardo Brayner: uma releitura radicalmente pessoal da vida e dos livros do escritor francês George Perec.
O que me impressiona é a tentativa de pluralidade e inclusão na escolha dos temas e, ao mesmo tempo, ganhadores concentrados no eixo Rio-São Paulo. Até quando exclusões regionais no cenário intelectual e cultural brasileiro?
Parabenizar os vencedores, um aprendizado.E a oportunidade que me propiciou o IMS participarr deste concurso.
Estou ansioso para ler os ensaios impressos na Serrote.
Sucesso a todos e cuidados que ainda deveremos ter com os movimentos de segunda onda da Covid-19 na Europa. Mas procuramos fazer da literatura o prazer para abastecer nossa mente de energia catalisador, produtiva e energética.
Grato Fernando Del Carlo jornalista e colaborador do Portal Yahoo Brasil
Feliz talvez não seja, ainda, palavra adequada para dizer do sentido com esse primeiro lugar.
Esperançosa, grata e com a certeza de que a escolha foi perfeita, não só pela prioridade do assunto em pauta mas, principalmente, por ouvir uma fala tão dolorosa transformada em coragem e arte.
Parabéns e obrigada Maria, por dar voz a tantas Marias e por ocupar esse primeiro lugar com tanta propriedade. É a segunda vez que “perco” uma competição satisfeita, e se sinda não é feliz e unicamente pela dor que sinto cada vez que sei de situações dolorosas, constrangedoras como a que vc. relata no seu ensaio. Mas o sil~encio não cabe mais e o grito ainda há de virar música. Um abraço apertado!
Parabéns aos ganhadores e sucesso no futuro. Senti falta de uma lista dos que participaram.
Abraço!
Confesso que eu achei que sairia algum tema mais criativo.